Por André Lacerda*
"Mortes violentas de jovens crescem com o desemprego". A manchete, que me chamou atenção, é da edição do último domingo do jornal O Globo e divulga um estudo mostrando que o aumento do número de homícidios de jovens está diretamente ligada à falta de oportunidade no mercado de trabalho.
Mas não é a mim que tal matéria deveria chamar atenção. Se faz necessário abrir os olhos daqueles que ainda julgam os jovens como um problema no mundo globalizado e à eles dão políticas de repressão ao invés de educação, cultura e cidadania. O jovem, como construtor do futuro, tem que ser visto como elemento transformador da sociedade em que vivemos e como potencial solucionador dos problemas do mundo atual.
É preciso reduzir os índices de criminalidade com a oferta de oportunidade e ensino de qualidade, e não com falsas políticas, como a construção de novos presídios ou a redução da maioridade penal. A juventude carece da presença do Estado, portanto os gestores públicos devem concentrar esforços em promover políticas públicas que aproximem a juventude. O maior erro é achar que a juventude deve ser enclausurada ou excluída do convívio social. Aproximando um jovem da cultura e do esporte, por exemplo, estaremos afastando-o da cruel realidade em que vive, diminuido as chances de ser mais um recrutado pelo tráfico de drogas.
Há algum tempo venho me engajando, através da União da Juventude Socialista (UJS), na luta por uma política de primeiro emprego para a juventude como forma de combater o aumento da criminalidade em nossa cidade. O estudo divulgado por O Globo mostra claramente a ligação entre violência e desemprego. A ociosidade gerada pela falta de emprego deixa o jovem vulnerável aos meios sociais e o torna presa fácil para o mundo do crime. Incluir o jovem no mercado de trabalho, mostra o estudo, é a solução real para diminuir a violência.
Por último, gostaria de fazer um alerta que julgo necessário. Até que a juventude seja vista de uma forma diferente continuaremos a ver estampado nas capas de jornais notícias de jovens mortos, continuaremos a perder nosso futuro para o tráfico de drogas e quem sabe poderemos ser a próxima vítima desse mundo cruel que ajudamos à construir. Bem-vindo à realidade!
* André Lacerda é funcionário público e presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Campos dos Goytacazes-RJ.
Um comentário:
Correta a análise!
Postar um comentário