Flávia Calé, diretora da UNE e estudante de história da UFRJ, foi eleita na tarde deste domingo a nova presidente da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro. O Congresso foi realizado em Volta Redonda, conhecida como a cidade do aço por abrigar a Companhia Siderúrgica Nacional, e teve participação de doze correntes políticas organizadas no movimento estudantil fluminense.
Para a disputa da diretoria, três chapas foram inscritas e todas atingiram o número de votos necessários para ingressar na executiva da entidade. A vitoriosa reuniu militantes da UJS e estudantes independentes que se organizaram no movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade, além das correntes Kizomba (DS), Mutirão (JPL), CNB, Mudança, JS-PDT, JSB e JMDB, e obteve 255 votos, totalizando 82% dos delegados. A ampla chapa conquistou 14 das 17 diretorias que compõem a executiva da entidade.
A segunda colocação ficou para a chapa de oposição formada por jovens ligados ao PSol, PCR e PCB, com 37 votos e dois cargos na executiva. Já a corrente "Refazendo", que lançou chapa sozinha, teve 32 votos e apenas uma diretoria.
50% do Pré-Sal para a educação
No discurso que a apresentou como candidata da chapa, a presidente eleita avaliou que a meta do movimento estudantil fluminense é contribuir para a construção de um país mais justo e pela ampliação dos investimentos em educação, ligando esta bandeira ao potencial que a exploração do petróleo da camada de pré-sal pode trazer para o Brasil.
"A novidade que a gente quer para o próximo período está diretamente ligadas ao desafio de construir um país mais democrático, com distribuição de renda, que garanta 50% dos recursos do Pré-Sal para a educação, para o desenvolvimento nacional", discursou Flávia.
Debates calorosos
O Congresso teve debates bastante intensos, com grande participação dos delegados presentes. A discussão mais calorosa foi referente à crise econômica do capitalismo, quando as teses de oposição buscaram identificar o governo Lula como responsável pela situação ao passo que diversas correntes localizaram avanços importantes no último período e cobraram ousadia no enfrentamento da crise.
Marcelo Gavião, presidente da UJS e participante da mesa, apresentou o desafio de lutar pela vitória das forças progressistas em 2010 como o desafio fundamental da juventude. "Quem participou das lutas de resistência ao neoliberalismo na década de 90 sabe que, embora existam dificuldades ainda hoje, a vida da juventude não vai melhorar - aliás, vai piorar - com o retorno dos tucanos ao poder. Por isso, é necessário unir todo o campo progressista e democrático para garantir a continuidade de um programa avançado para o Brasil", avaliou.
A luta pela meia-passagem
Outro debate importante do Congresso foi a pauta da meia-passagem para universitários na cidade do Rio de Janeiro, carro-chefe da gestão da UEE-RJ no último período. A bandeira tem mobilizado grande contingente de estudantes cariocas e já deve ir à Câmara como projeto de lei em agosto. O próprio prefeito Eduardo Paes declarou, em ato na sede da UNE, que pretende apoiar a luta.
"A batalha da meia-passagem é a que vai milhares de estudantes para as ruas no mês de agosto para defender políticas de acesso à universidade e políticas de assistência estudantil concretas", finalizou a presidente eleita.
De Volta Redonda, Fernando Borgonovi Foto: Vitor Vogel
Fonte: site da UJS
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