Matthew Booth é ídolo na África do Sul
13 de junho de 2009
13 de junho de 2009
Allen ChahadDireto de Johannesburgo
"Quando a seleção sul-africana entra em campo e se alinha para a execução do hino nacional, uma imagem destoa. Lá estão dez jogadores negros e apenas um branco. Aliás, um gigante branco. Abraça os companheiros e canta a canção da pátria com ar de orgulho. Matthew Booth, 32 anos, é do tipo beque de fazenda. "Bola para o mato, que o jogo é de campeonato". Não brinca em serviço. Sabe qual é a sua função e faz com determinação: destruir as jogadas adversárias. E é de dar medo. É "apenas" o jogador mais alto da Copa das Confederações, com 1,98m.
"Quando a seleção sul-africana entra em campo e se alinha para a execução do hino nacional, uma imagem destoa. Lá estão dez jogadores negros e apenas um branco. Aliás, um gigante branco. Abraça os companheiros e canta a canção da pátria com ar de orgulho. Matthew Booth, 32 anos, é do tipo beque de fazenda. "Bola para o mato, que o jogo é de campeonato". Não brinca em serviço. Sabe qual é a sua função e faz com determinação: destruir as jogadas adversárias. E é de dar medo. É "apenas" o jogador mais alto da Copa das Confederações, com 1,98m.
Neste domingo, às 11h (de Brasília), vai ter um curioso encontro com o Iraque, seleção do atleta mais baixo da competição - Basem Abbas, de 1,65m. Além de Booth, apenas mais um jogador branco no elenco sul-africano - o goleiro reserva Rowen Fernández. Por quê? No país sede da Copa do Mundo de 2010, futebol é esporte dos negros. Os brancos jogam rúgbi ou críquete. Na África do Sul não se pode misturar as bolas.
O apartheid - nome dado ao regime de segregação racial finalizado apenas em 1994 - deixou marcas ainda muito frescas no cotidiano do país. E, como Booth é uma exceção, pode parecer vítima de discriminação racial para os desavisados. Toda vez que vai tocar na bola durante o jogo, os torcedores fazem um barulho parecido com uma vaia. "Eles estão protestando contra o número 14?", perguntam. "Não, ele é ídolo aqui. Estão gritando o nome dele". Explicação necessária. A pronúncia do nome de Booth em inglês fica algo parecido com "Buuuuu!". Agora imaginem um estádio inteiro gritando...
E é ídolo mesmo. Existem outdoors de patrocinadores com foto dele fazendo um belo voleio. Quando o lance em campo é mais marcante, como por exemplo um chutão na bola para a arquibancada, o "Buuuuu!" é seguido por aplausos.Ainda amador, por ser o único branco do time que jogava, Booth ganhou o apelido de "Filho de Fiela" - referência a um romance tradicional na África do Sul de uma família negra que adota uma criança branca abandonada.
O defensor disputou a Olimpíada de Sydney-2000 com os Bafana-Bafana. Já jogou no futebol russo, mas atualmente defende o Mamelodi Sundowns no seu próprio país. Fora de campo, chama atenção por ser casado com Sonia Bonneventia, ex-miss, com quem tem dois filhos."
fonte: TerraComentário da blogueira: Apesar de não ser muito fã de futebol, mas ser torcedora do Flamengo, postei essa estória aqui porque achei muito interessante... O cara é branco num time só de negros e é ídolo num país que foi oprimido durante anos por brancos? Vai entender?
Um comentário:
Resquícios fortes do "apartheid" ainda.Viva Mandela e Desmond Tutu!
Postar um comentário