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18 de abr. de 2009

Representatividade e criação de entidades estudantís


Fico impressionada de ver como entidades estudantís são criadas sem nenhuma representatividade. Na minha opinião a criação de uma entidade deve-se realizar no mínimo um congresso estudantil. Não uma reunião de grêmios ou dce’s e pronto está decidido e distribuído os cargos! Coisas assim não tem legitimidade nenhuma!

Desde 2002 venho pesquisando a memória do movimento estudantil de Campos e fiquei impressionada quando descobri que na década de 1950 as eleições para a Federação dos Estudantes de Campos eram diretas, havia campanha em escolas, por toda a cidade! Em entrevista Rockfeller Felisberto de Lima, que foi candidato a presidente da Federação dos Estudantes de Campos (e também ex-prefeito de Campos) e José Maurício Linhares Barreto que foi presidente da FEC (e também diversas vezes deputado) disseram que aprenderam quase tudo sobre campanhas, política e eleições na Federação dos Estudantes de Campos. Outra coisa interessante haviam partidos estudantis! União da Juventude Democrática, Legião dos Estudantes de Campos e vários outros... A FEC contava com uma estrutura invejável, até para os dias de hoje, eles tinham um programa de rádio e um jornal intitulados “Voz Estudantina”.

Era uma coisa incrível! Nem preciso dizer o quanto sou apaixonada por história e por movimento estudantil! Na verdade o movimento estudantil entrou na minha vida quando eu ainda era aluna da Escola Técnica Estadual João Barcelos Martins, eu cursava administração e nós nem tínhamos laboratório, e até hoje não existe para o curso que fiz. Mas em 2001 nós fomos as ruas ao som de “Até quando a gente vai levando porrada, porrada / Até quando vai ficar sem fazer nada” e fizemos uma passeata até a praça São Salvador pedindo ao Estado melhorias para a nossa escola e na mesma semana chegaram 40 computadores para a escola. Naquele mesmo ano participei do congresso da FEC e fiz parte da chapa eleita, era diretora do departamento de escolas públicas, mas na FEC fiquei pouco tempo. Porque eu tinha muitas idéias e a cabeça do povo não acompanhava. Cheguei a conclusão naquela época que descobrindo o que a entidade tinha sido poderia colaborar mais e foi assim com essa pesquisa que ganhei uma bolsa de estudos e fiz a faculdade de história.

Agora que o roteiro já está praticamente pronto vou poder efetivamente dar a minha contribuição: o documentário que poderá mostrar para muitos estudantes e para as pessoas da minha cidade o que verdadeiramente foi o movimento estudantil no período de 1933-1964. Este é um sonho que finalmente está saindo da gaveta! Quem sabe as pessoas não aprendam que para ter legitimidade é preciso o máximo de representatividade, democracia e participação! Afinal movimento estudantil como muitos ex-presidentes da FEC disseram, é uma escola de lideranças, de cidadania...

*FOTOS DE ARQUIVO DA BLOGUEIRA

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