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28 de ago. de 2009

Muito além das ameaças

Nos últimos dias tenho sido vítima de ataques pessoais, por comentários e ligações telefônicas de anônimos, por ter participado do Congresso da FEC e por ter sido delegada. Posso dizer a todos que a minha biografia é irretocável, todos sabem que em 2001 fui diretora de escolas públicas na FEC quando ainda era aluna da Escola Técnica Estadual João Barcelos Martins, e todos sabem que a nossa participação na FEC foi fruto das passeatas e do movimento que fizemos pela melhoria na escola que estudava. Muitos devem saber também que na entidade fiquei por pouco tempo, de abril a julho, preferi me afastar por não concordar com a forma como a entidade era gerida. Todos sabem que sou uma pessoa honesta, íntegra e pró-ativa, então, nunca aceitei que aquela gestão não tivesse implantado projetos, ou apresentado propostas, apenas passeatas. Por esse motivo me afastei da entidade e fui pesquisar a memória do movimento estudantil de Campos. Aliás quando eu ainda fazia parte da direção da FEC eu publiquei o meu livro de poemas intitulado “Mundo Paralelo”.

Lembro como se fosse hoje o dia que adentrei no jornal Monitor Campista para pesquisar e conheci o Hélvio Cordeiro, seu então curador, dediquei o resto daqueles anos e os vindouros para resgatar a memória da entidade, por acreditar que essa contribuição poderia mudar a mentalidade das pessoas que estavam no movimento estudantil. Passei fome muitas vezes para ficar naquele arquivo pesquisando e não tenho vergonha de dizer isso, quem trazia lanches para que eu não ficasse sem comer era uma repórter do Monitor e o próprio Hélvio. As pesquisas seguiam a fundo, inicialmente em matérias de jornais, num segundo momento em entrevistas com antigas lideranças que fizeram parte da FEC, nas décadas de 40, 50 e 60. Eu dediquei os anos de 2001 à 2007 inteiramente à pesquisa e exatamente por conta disso que quando procurei orientações sobre pesquisa com o coordenador do curso de história da Universo, na época, Ralph Manhães, por acreditar no meu trabalho, me deu uma bolsa de estudos para que pudesse cursar história. E foi assim que consegui cursar a minha graduação, porque na verdade nunca quis seguir essa área, mas o destino assim me compeliu, até porque eu não tinha condições de pagar outra graduação. Cursei minha graduação, fiz a minha pós e pude galgar outros espaços.

À partir da pesquisa fui convidada a trabalhar para várias pessoas como pesquisadora, como Sandra Vianna, Crisolicia Boldes, Academia Campista de Letras, Vilmar Rangel, Usina Paraíso, Leonardo Vasconcellos, Fundação Municipal Zumbi dos Palmares, Prefeitura Municipal de Quissamã, entre outros.

No ano passado reassumi minha posição política juntamente com os camaradas à frente da UJS Campos, e assim assumi também as responsabilidades democraticamente decididas em nosso fórum, como a luta pela construção de políticas públicas para a juventude em nossa cidade. Não sou uma pessoa de fofoca, de ofensas pessoais a ninguém, pelo contrário, minha vida é pautada pela coerência, pelo trabalho e pela luta.

Em Abril ajudei a montar mais de 10 grêmios nessa cidade, acreditando na construção da cidadania, no poder que o movimento estudantil tem, de fazer o jovem se sentir um agente transformador da realidade, de integrar, de acreditar que pode fazer algo para melhorar a vida de outros jovens e de sua cidade. Nesse sentido obtive a consideração e a amizade de muitos destes gremistas, que hoje convivem comigo quase que diariamente. Nunca mentimos ou obrigamos ninguém a se filiar a UJS e na verdade isso nem é importante, para mim o mais importante é a luta autônoma, a reconstrução do movimento estudantil.

Neste ano resolvi fazer o curso técnico de Segurança no Trabalho junto com o meu namorado, e desde então estou estudando essa habilitação para ter uma perspectiva mais ampla no mercado de trabalho. Não quis, não tenho e nem quero cargo na gestão da FEC, apesar de ter recebido o convite de presidentes de grêmios como os do Liceu, do ISEPAM, do Desembargador e do IFF... Mas compreendo que a luta é para essa garotada que não é covarde. Como pesquisadora que sonha com o resgate da entidade, como professora, como estudante de curso técnico apóio esses jovens, porque eles são estudantes e querem o bem da juventude campista.

Tenho um livro sobre a memória do movimento estudantil de Campos, já no fim para ser publicado e um roteiro de documentário sobre o tema já escrito, aguardando apenas o aval do patrocinador para que sigamos adiante. A minha luta é para que todos os estudantes dessa cidade, seja de periferia ou não, possam conhecer o que foi o movimento estudantil, quem foram suas lideranças e o que fizeram. Se realizaram na década de 30, 40, 50 e 60, imagina o que os jovens não podem fazer nos dias de hoje?

Fica aqui o meu desabafo e a esperança de que a justiça seja feita aos estudantes dessa cidade, seja na instância que for, pois o jovem está descobrindo a força que tem, e do que os seus sonhos são capazes. Os meus sonhos continuam ...

Para ilustrar o texto achei interessante colocar algumas matérias de jornais que falaram sobre a minha pesquisa na cidade.




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